terça-feira, 18 de agosto de 2020

Casa do Poeta Victorino Carriço

Série Arraial do Cabo Rio de Janeiro | Brasil 35x45cm
Óleo sobre madeira | Coleção particular Dr. Cláudio Mansur 

Lembranças e memórias de infância sempre que olho para esta casa. As brincadeiras com os amigos eram realizadas próximas à janela onde ficava o poeta Carriço, que nos observava e fazia algumas perguntas relacionadas ao que brincávamos naquele momento. Tudo com serenidade em sua voz que, ora sorria, ora continuava querer participar de nossas brincadeiras de crianças.
Enquanto eu e alguns amigos subíamos e descíamos de imediato da ladeira de pedra, ao lado de sua casa, ele ficava olhando nossos movimentos e por alguns instantes, eu ficava observando-o também. Para mim, ele se via quando criança e por alguns instantes buscava em suas memórias, a infância perdida. Contudo, esta era a minha imaginação do que passava por sua mente. Porém, o que realmente o poeta pensava... ele não falava. Apenas tentava entrar na brincadeira com aquele pequeno sorriso de sempre e suas poesias declamadas para nos chamar a atenção. Era muito agradável ouví-lo.
Certo dia, ele declamou uma poesia que que guardo em minha mente e que jamais esqueço. Lembro-me do seu jeito e maneira de falar com uma das mãos acompanhando suas palavras cantaroladas com ritmos bem suaves.
Ele me pegou de surpresa e declamou com muito entusiasmo o poema que fez para sua esposa Zizi:

Eu sai colhendo flores
Diversas flores colhi
A mais linda e a mas formosa
Eu guardei que foi Zizi

Processo de criação do quadro: Desenhado a lápis diretamente no local e posteriormente pintado imaginariamente no ateliê que ficava na casa dos meus amados pais, Francisco Porto de Aguiar Netto e Elizethe Plácido de Aguiar, localizado na mesma rua que morava o Poeta Carriço. 
Primeiramente fiz um esboço a lápis e me propus pintá-lo com pinceladas livres, tendo como referência um dos maiores pintores do mundo, Vincent Van Gogh. O qual sempre me identifiquei para criar minhas obras com temas de casas, barcos e figuras humanas.

O resultado obtido nesta série, me impulsionou a produzir logo em seguida, a casa do Sr. Roberto, localizada em frente a igreja Nossa Senhora dos Remédio. E, alguns anos posteriores, outros quadros com o mesmo tema. A casa de minha avó Helena Plácido e a do Borracheiro Gladstone, ambas próximas à casa dos meus pais.

Mais informações:
evandroaguiar.art@gmail.com
Instagram: @evandroaguiarr

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Matéria da cor | Evandro Aguiar
Série Combine Painting



  Matéria da cor | série combine painting | acrílico sobre tela 
Poliptico com 4 telas de 30x30cm | dimensão total de 80x80cm 
em suporte de madeira ano 1999 | Arraial do Cabo RJ | Rio de Janeiro | Brasil

Utilizando como suporte, quatro telas de pequeno formato apliquei camadas sobrepostas de tinta acrílica espalhadas com com pincéis e espátulas. Uma variação de cores e contrastes com influências da pop art, um movimento artístico americano que surgiu nos anos de 1960 e, que proporcionou liberdades artísticas, utilizando-se de diferentes técnicas e materiais.
Algumas referências deste movimento me impulsionaram para a produção dessa obra, em especial os artistas Robert Rauschemberg e Andy Warhol. Assim como, referências de artistas contemporâneos brasileiros.
As colagens dos recipientes vazios de tinta, pincéis e espátulas registram a associação da arte com os materiais complementares a produção da mesma. As marcas de empastos de tintas nos dão relevos espontâneos e contrastes cromáticos com atmosfera que remete a pop art. Seus tons em conjunto com materiais utilizados e colados sobre as telas provocam diferentes estímulos sobre cada observador. É impressionante como esta obra tem agradado a todos. Até mesmo as pessoas que não são íntimas da arte.
O processo criativo segue a linha da minha obra anterior: "O Filme". Livre em sua representação, mas em continuidade ao projeto da série Combine Painting. Desta forma, ao olhar para as telas em branco e alguns recipientes de tintas vazios, tive o insight para criar uma obra com liberdade. Ao final, as telas já coloridas e com os efeitos de empastos obtidos, comecei o processo de colagem dos objetos (recipientes de tintas, pincéis e espatulas). Esta abordagem contribuiu  para a obtenção de um resultado diferente e provocativo.

Texto completo da obra "O Filme" acesse o Blog:
www.evandroaguiar.art.blogspot.com.br













Instagram: @evandroaguiarr
evandroaguiar.art@gmail.com


quinta-feira, 4 de abril de 2019

Combine Painter  Evandro Aguiar
Arte contemporânea - Arte conceitual


O Filme: Aqui passa o seu filme, o filme da sua vida.

Obra produzida em Arraial do Cabo - RJ | ano 2000 | Combine Painter 38x50cm
Tinta acrílica, gesso acrílico, rolo de vídeo VHF, cilicone sólido e 
recipiente de plástico da KODAK colado sobre tela armada.


Com pretensões de representar sobre a tela a ideia de cinema individual (lembranças de fragmentos da vida percorrida no espaço tempo). Iniciei esta obra na tentativa de convidar o espectador a percorrer com sua mente o meu filme particular, projetado num fundo em tons azuis com a imagem da face da "Mulher Amazônia" representada pela obra que deu origem a série "Faces" em Portugal. Continuo desta maneira, meus caminhos na arte, representados em variados meios e suportes. Desta forma, o espectador é convidado a percorrer subjetivamente aquele que é poeticamente o seu filme. Portanto, pretendo que as pessoas ao olharem para o quadro, imediatamente tenham a reação de tentar entendê-lo, quando na verdade só precisarão olhar para si próprios. 
      
O Filme refere-se aos momentos de suas próprias vidas. Uma espécie de auto-biografia instantânea ao olhar para a tela, onde verão que o sentido da obra de arte, não encontra-se nele... no quadro que representa o significante, a obra materializada, mas sim, no significado imaterial da obra que encontra-se na mente do espectador, onde projetará ou identificará na sua tela imaginária o que quiser. Remetendo-o às lembrança de suas imagens fragmentadas com recordações particulares, a começar pela sua infância perdida.
    
Para que possamos entender o mundo de maneira existencial, pensamos imediatamente nas necessidades  de sobrevivência. Entretanto, precisamos analisar o que chamamos de necessidades existenciais em todos os aspectos. Segundo o filósofo, escritor e poeta francês Paul Valéry, a superioridade do homem sobre os restantes seres da natureza é devido aos seus pensamentos inúteis. Contudo, sabemos que o mundo real é composto por diversos fatores e valores existenciais, fundamentais e essenciais como: Alimentação, higiene pessoal vestimenta, água, dinheiro, moradia, entre outros produtos. Porém, para que os resultados destas composições transcendam  num ser em constante evolução, juntamente com o seu mundo. É necessário uma visão crítica e um árduo mergulho em sua vivência mundana, aliados aos peculiares métodos de pesquisas cientificas, filosóficas, antropológicas, empiristas (relacionadas ao senso comum), associadas às inovações tecnológicas da informação e do conhecimento. Pois, o que seria do mundo sem a contribuição da humanidade para torná-lo agradável e com nossas necessidades compensadas em todas as áreas, fazendo do ócio criativo, uma permanente busca para a evolução do ser através de suas experiências.

O homem necessita da arte à medida que evolui. A humanidade não sobreviveria sem a arte, ela está presente em tudo, até mesmo enquanto escrevo este texto. Um simples olhar e pronto, vemos a arte nas arquiteturas dos edifícios, designs de interiores, automóveis, aviões, vestimentas, objetos móveis e em infinitos produtos industriais destinados ao consumo. Tudo é criado e projetado pela mente humana, e, segundo o matemático e filósofo Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas". Sendo assim, não só estes "produtos" materiais, como as lembranças fragmentadas guardadas na memória são partes que se encaixam em toda uma vivência que, apresentam-se em constantes mudanças. 

Vivemos numa era em que pessoas materializam coisas, onde só existiam em estudos e teses elaboradas por gerações que só sonhavam e registravam em seus livros particulares, para que no futuro fossem colocados em prática suas criações. É notório que nos dias atuais vemos materializados muitos inventos que no passado, seus autores eram considerados insanos, devido ao fato de não conseguirem fazer com que seus contemporâneos percebessem o futuro que hoje vivemos, graças as suas visões. Afinal, o que teria sentido no mundo atual se no passado, o ser humano dotado de espírito empreendedor, sonhador e evolutivo, não colocasse em prática seus pensamentos considerados "inúteis".

Habitamos em um mundo pós-moderno, interagindo com uma evolução cada vez mais rápida. Afinal, nossos cérebros evoluem na mesma proporção em conjunto com a arte do momento, a tecnologia digital. Sabe-se que hoje, tudo é levado por esta inovadora transformação, embora, esta ferramenta seria considerada  uma inutilidade para nossos precedentes distantes. Para que adiantaria a tecnologia se, não teria onde utilizá-la? Para que o homem lidaria com uma "coisa" que não compreendesse? Entretanto, hoje existem respostas para quase todas as dúvidas e a certeza de que precisamos a cada momento, da bela ferramenta denominada "arte". 

A humanidade é considerada a maior obra de arte em constante interação com o mundo, e, suas lembranças repassadas e projetadas constantemente no filme de sua vida. Tudo isso através da mais perfeita máquina de projeção cinematográfica de todos os tempos... sua própria mente (cérebro). Desta forma, projeta-se no quadro exposto, o filme imaginário da sua vida com suas maiores informações de lembranças guardadas em películas inacessíveis aos outros, mas apenas o mesmo (espectador), tem a chave deste cine prive para revivê-las e torná-las ativas.

As transformações tecnológicas promoveram modificações em todos os ambientes das telas de projeções dos cinemas do passado, sobretudo relacionados aos efeitos visuais e sofisticações dos suportes envolventes, fazendo com que o público sinta-se parte integrante do próprio filme, através dos seus efeitos em terceira dimensão. A analogia com a representação da obra "O Filme", refere-se aos encantos e nostalgias do tempo vivido no passado, transportado de forma moderna com a possibilidade de rever os melhores momentos imaginariamente projetados nesta tela, integrando assim, o observador a obra de arte na tentativa de proporcionar a interação completa com seu público.

Com este trabalho, pretendo contrapor a arte e o símbolo maior da indústria cultural (o cinema) como o melhor meio e suporte para passar a ideia de comunicação massificada disseminada por um veículo manipulador de ideologias, e que foi criticado pelo seu mal uso, segundo as colocações dos filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer, fundadores do Instituto de Pesquisa da Escola de Frankfurt, a fim de designar a situação da arte na sociedade capitalista. Sendo esta, a base da teoria crítica (transformação da arte em mercadoria) postulada na Escola de Frankfurt. 

No quadro "O Filme", trabalho com a liberdade proporcionada através da arte contemporânea e transmito a ideia do meu pensamento projetado na tela do cinema pessoal. Uma provocação ao espectador, com a demonstração do filme da minha vida. Todos têm sonhos e filmes particulares em suas mentes... qual é o seu sonho ou filme?


Citação: "Comparemos a tela sobre a qual se projeta um filme com aquela usada em uma pintura. Esta última convida o espectador - que pode se abandonar à livre associação de ideias - à contemplação. Isso já não é mais possível no filme (em referência ao cinema). Mal uma imagem é percebida, já se altera; não pode ser fixada". 
Autor: Walter Benjamim. 
Ensaio:  A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. 


Detalhes da obra: Gesso acrílico como primer | rolo de filme de vídeo VHF | recipiente plástico da KODAK colado sobre tela armada | acabamento com tinta acrílica em azul, como representação de uma tela de projeção de cinema. 





Evandro Aguiar ao lado de sua obra "O Filme"
Artista Plástico | Designer | Publicitário com MBA em Marketing e Comunicação Empresarial




Evandro Aguiar
Links relacionados:

Artigos: 

Indústria Cultural: Sociedade, Arte e Consumo | Evandro Aguiar
Filme indicado: A Rosa Púrpura do Cairo - Análise crítica à indústria cultural.
Autor: Woody Allen. Roteirista, escritor e músico norte-americano. 

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

IV Bienal Internacional em 
Caldas da Rainha | Portugal

IV Bienal Internacional de Pintura das Caldas da Rainha | Portugal
outubro/novembro 2018

Artista convidado: Evandro Aguiar
Instagram: @evandroaguiarr
Curador e idealizador: Viriato Silveira
www.facebook.com/viriato.silveira

Assista aos vídeos com apresentações dos artistas:


Bienal 2018: 



Bienal 2016:


Auto-retrato I | Série Faces | 40x55cm
pintura digital | 2010 | Arraial do Cabo RJ | Brasil



Auto-retrato 2 | Série Faces | 40x55cm
pintura digital | 2010 | Arraial do Cabo RJ | Brasil



cavalo alado | série cavalos | 40x65cm
arte digital | 2010 | Arraial do Cabo RJ | Brasil


gravuras com certificados de autenticidade:

evandroaguiar.art@gmail.com
Instagram: @evandroaguiarr

www.facebook.com/evandroaguiarr




segunda-feira, 26 de março de 2018


Faces das Musas | Evandro Aguiar
Série Faces


Faces das Musas | Série Faces | 118x138cm
acrílico sobre tela | 1999 | Arraial do Cabo RJ | Brasil


Esta obra representa uma produção muito rica em detalhes e sentimentos, o fino trato na composição, na expressão de cada pincelada registrada, fazem desta, uma das minhas preferidas. A espontaneidade do traço e a harmonia das cores sobrepostas em diferentes tons, segue a linha de criação das telas anteriores. Embora a maior referência seja a obra "Mulher Amazônia". As pinceladas são rápidas e carregadas de tintas com diferentes matizes, que se entrelaçam no primeiro e segundo plano da tela. Estas variações cromáticas favorecem o fazer criativo, proporcionando à obra, uma atmosfera equilibrada sem prejudicar os detalhes da composição. 
Sua conceituação foi totalmente imaginária, elevando os pensamentos para a liberdade das cores e um fazer artístico livre, com insigts sequenciais sem interrupções. Esta obra, assim como outras da série "faces", foram expostas no ano de 1999 em uma individual no saguão do Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro - Brasil.


gravuras com certificados de autenticidade:

evandroaguiar.art@gmail.com
Instagram: @evandroaguiarr

www.facebook.com/evandroaguiarr

quarta-feira, 21 de março de 2018

Tríptico: A representação do Ser 
quadro I: o homem e artista - quadro II: a mulher e a lua - quadro III: paternidade


O homem artista | Série Faces | 95x65cm 
Arraial do Cabo RJ | Brasil
acrílico sobre papel canson | 1996



A mulher e a lua | Série Faces | 95x65cm 
Arraial do Cabo RJ | Brasil
acrílico sobre papel canson | 1996



Paternidaqde | Série Faces | 95x65cm 
Arraial do Cabo RJ | Brasil
acrílico sobre papel canson | 1996



Tríptico: A representação do Ser | 95x195cm 


No mundo em que o ser humano encontra-se, em diferentes momentos repletos de situações inesperadas a rotina de seu dia a dia, é quase impossível não deparar-se com ocorrências surpreendentes. Nestas três pinturas que foram criadas em um único processo, procurei representar três fases marcantes em comum as pessoas de ambos os sexos, porém, esta é uma interpretação da minha vida: 
O momento solitário, onde precisa estar só para produzir algo importante em sua obra, o momento de relacionar-se com seu sexo oposto e presenciar as diferentes fases que ocorrem em um relacionamento. E, por último, a fase em que o homem pensa em ser pai e poder viver uma vida normal como todos os outros seres. 
Nesta última pintura, representei naquele momento, o desejo de ser pai e poder conviver com um filho completando a vida. 
Posteriormente em Portugal, acabei pintando outro quadro em cores a partir deste, porém mudei o título para "Fragilidade". Uma experiência incrível que resultou em um dos melhores quadros desta fase e que foi criado em duas horas de trabalho contínuo em uma madrugada, pois no dia seguinte teria que apresentá-lo para a exposição de verão na Galeria Belo Belo de Braga em Portugal. 



Fragilidade | Série Faces | 95x65cm | Portugal 
acrílico sobre linho  | 1999




Ateliê onde foiproduzi a tela em Portugal


Evandro Aguiar ao lado da obra "Fragilidade" 



Evandro Aguiar pintando a Mulher em Azul

gravuras com certificados de autenticidade:
evandroaguiar.art@gmail.com
Instagram: @evandroaguiarr



quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Dr. Cláudio Mansur e seu comentário sobre a obra do artista Evandro Aguiar.




O pintor Evandro Aguiar, a quem conheço a longa data é sem dúvida, um dos artistas mais importantes da atualidade. Esta obra que imerecidamente fui presenteado por ele e sua irmã Hilda Aguiar, fará parte sem nenhum favor, da minha pinacoteca, com o mais absoluto destaque. A você amigo, minha gratidão. E finalmente que esta obra represente o reforço do meu pensamento para que, minhas obras jurídicas sejam premiadas com Vitórias. 
Sucesso! 
Dr. Cláudio Mansur

www.mansuradvocacia.com.br
Mansur Consultoria e Advocacia, Cabo Frio RJ.
Instagran: @mansurclaudio
www.acebook.com/DrClaudioMansur




Evandro Aguiar e sua irmã Hilda Aguiar em Mansur Consultoria, Cabo Frio RJ. Ao meu maior colecionador no Brasil, um merecido presente especial. Uma honra poder ser destaque em sua pinacoteca e receber palavras com grandiosa admiração. Um forte abraço ao amigo Dr. Cláudio Mansur e sua esposa Cris Mansur.

Instagran: @evandroaguiar
evandroaguiar.art@gmail.com